4 contos que você precisa conhecer AGORA mesmo

Branca de neve, Cinderela, Chapeuzinho Vermelho…Já ouviu falar nessas personagens?

Provavelmente sim, não é mesmo?

Elas são famosas por protagonizarem os contos de fadas. Mas não existem só contos de fadas minha gente!

Existem diversos contos na literatura que vão além de fadas, finais felizes, príncipes encantados e lobos maldosos.

O conto é um dos gêneros narrativos mais comuns na tradição literária brasileira. Ele é estruturado como uma narrativa curta que envolve apenas um conflito. Além disso, o momento de maior tensão do gênero é chamado de clímax.

Por ser muito importante, muitas faculdades e universidades solicitam aos candidatos, em seus vestibulares, que produzam contos e também os colocam como precedentes de questões.

Sendo assim, eu vim te mostrar 4 contos muito legais, que você pode usar para se inspirar na sua escrita, para fazer alusões na sua redação e muito mais!

Vamos lá?

1. A igreja do diabo – Machado de Assis

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Na geração atual, o que tá em alta é a série Lúcifer, disponível na Netflix. Na série, o próprio diabo questiona-se por ter um lado humano e ações bondosas.

Em 1884, o que fazia sucesso era o conto de Machado de Assis.

Vou te explicar um pouco sobre o que esse escritor sensacional relatava nesse conto, que é um tanto esquisito, mas traz diversas questões a respeito da contradição do ser humano.

No conto, assim como na crença geral, cansado de sua inferioridade diante de Deus, da desorganização e do seu reinado casual, Satanás decide fundar uma igreja.

Ao tentar criar essa nova religião, ele torna virtude todos os pecados. Estes, agora, eram justificados pela história e pela literatura.

Só que nem tudo sai como a gente planeja não é verdade? E nem o diabo tá livre disso haha.

Quando a nova igreja se espalha, o diabo é surpreendido ao ver que a única proibição está sendo praticada até mesmo por seus mais fiéis seguidores – a bondade.

Por que, afinal, o que é proibido é mais gostoso né?

A igreja do diabo foi publicado no livro Histórias Sem Data, em 1884.

2. Peru de Natal – Mário de Andrade

Esse conto é um paradoxo sem fim. Uma mistura de alegria e tristeza que perpassa todo o conto.

É um conto curto, mas que traz muitas abordagens a respeito de economia, o perfil da família brasileira e etc.

Um pai, que era supereconômico, morre deixando a família com um sentimento de culpa. Pois, apesar de viverem sem necessidades econômicas e conflitos, eles nunca haviam experimentado o sentimento da felicidade.

Embora estivessem de luto, o filho aproveita a ocasião de natal para sugerir um peru para a ceia.

E assim foi feito, o que rendeu à família o melhor Natal que já tinham tido. O fato de terem um peru só para eles, trouxera a felicidade que eles tanto almejavam.

Porém, quando começou a servir o peru, a imagem do pai morto veio estragar o Natal. A família, olhava para o peru e se lembrava do pai, principalmente a mãe, que caia em prantos com a situação.

Por fim, eles começam a falar do pai lembrando dos sacrifícios que tinha feito pela família, o que retomou o sentimento de felicidade da família.

3. Baleia – Graciliano Ramos

Graciliano Ramos, Colosso da nossa literatura. – Filosofices

Uma história super engraçada e ao mesmo tempo reflexiva é a história da família de Vidas Secas.

Mas aqui, quero tratar apenas do capítulo 9 da obra. O capítulo que versa sobre a história de Baleia.

Se você nunca leu esse livro, deve tá achando que se trata de uma baleia de verdade, mas não é bem assim.

Baleia era uma cadela, que era como um membro da família de itinerantes, composta por Fabiano, Sinhá Vitória e seus dois filhos.

O capítulo conta sobre a morte do bichinho de estimação dessa família.

Baleia estava muito magra e seu corpo apresentava falhas de pelos. Já andava com um rosário de sabugos de milho queimados no pescoço, que seu dono tinha colocado com o propósito de fazer com que ela melhorasse.

Contudo, a cadelinha só piorava e Fabiano, triste, decidiu matar o bicho.

Todos muito apegados à Baleia, tentam amenizar a morte da cadela. Sinhá Vitória tentava tapar os ouvidos dos filhos para que não ouvissem o disparo da espingarda do pai, mas eles lutavam aflitos com ela.

Fabiano fere a cadela e então é descrito as dificuldades que ela tem para andar depois de ser ferida e as suas sensações nos últimos momentos de vida.

4. Amor – Clarice Lispector

A maioria dos escritores e dos adolescentes, por vezes, se pegam tendo crises existenciais.

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Eu já tive várias e ainda tenho haha, quem nunca?

Clarice chama esses momentos que nos trazem grandes reflexões e revelações de epifania.

No conto em questão, Ana é uma dona de casa, esposa e mãe que dedica sua vida à sua família.

É uma mulher bem ativa, cuida bem da casa, mantém a ordem das coisas e mantém a mente bem ocupada a maior parte do tempo.

Só que durante a tarde ela pensava sobre sua vida e já não se reconhecia a pessoa que fora antes do casamento.

Ela deixou a si mesma para se ocupar com marido e filhos, por escolha própria. Essa é uma questão enfatizada ao longo da história.

Mas apesar de ter tudo, ela ainda refletia nos motivos da sua acomodação.

Um belo dia, uma cena muito comum no nosso cotidiano a leva ter uma epifania: um cego mascando chicletes.

A cena abalou seu mundo interior. O cego a incomodava e a tirava de sua paz alienada, confrontando-a com a dureza da vida e com a realidade sem máscaras.

Ana viu-se no cego. Uma pessoa sem visão realizando uma atividade mecânica, repetitiva, sem ver o que está ao redor. Ana não via o que estava fora das paredes de sua casa.

Essa reflexão a fez pensar em mudar de vida, largar tudo e ir para o mundo. Mas o amor por sua família a faz desistir dessa ideia.

Resumi para você, só pra que a sua curiosidade o faça pesquisar a história e lê-la na íntegra.

Acontecem muitas coisas durante o enredo dessa narrativa e você vai amar.

Conclusão

Você aprendeu muita coisa hoje não foi?

Viu que existem muitos contos além do que os nossos pais ou professores nos mostraram e que eles falam mais do que finais felizes.

Conheceu escritores brasileiros famosíssimos e sensacionais e ainda refletiu sobre os questionamentos de seus contos.

Agora… vamos pensar um pouco! De que maneiras você pode abordar os assuntos desses contos nas suas redações? De que jeito você pode usar esses contos para criar o enredo das suas histórias?

Conta aqui nos comentários!!!

Tô ansiosa para ler sobre seus insights! Beijos

 

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