Já pensou o que você precisa aprender com Stephenie Meyer?
Sim, a autora de um dos best-sellers mais comentado da Literatura vampiresca tem lições importantes para os escritores.
Meyer não é somente uma mulher que criou histórias que nos levaram a loucura e a ter acessos de ansiedade com o romance de Bella e Edward, mas uma escritora fantástica que pode nos dar grandes aprendizados.
Vem comigo que eu vou te mostrar 3 lições importantíssimas que você vai aprender com essa escritora maravilhosa!
Mas antes, se você não sabe de quem eu estou falando, deixa eu te apresentar a nossa musa de hoje. Vamos lá?
Quem é Stephenie Meyer?
Stephenie Meyer é uma escritora norte-americana, autora da saga “Crepúsculo”, publicada a partir de 2005, em quatro livros: Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer, que lhe rendeu cinco filmes em Hollywood, que fez grande sucesso entre os jovens.
Stephenie Sonnibe Meyer nasceu em Connecticut, Estados Unidos, no dia 24 de dezembro de 1973.
Conheceu seu marido Christian, mais conhecido por “Pancho”, casou-se com ele em 1994. Juntos, eles têm três filhos: Gabe, Seth e Eli.
É formada em literatura inglesa na Universidade Brigham Young.
Crepúsculo foi o seu primeiro romance, e, logo depois da publicação, ganhou o título de “novos autores mais promissores de 2005” pela Publishers Weekly.
Meyer ganhou recentemente duas versões de sua biografia: uma em quadrinhos, feito originalmente pela Bluewater Comics, “Twilight Unbound: The Stephenie Meyer Story”, que conta a vida e a inspiração para a saga, a história e as lendas de Forks;e uma outra, não-autorizada, do biógrafo americano Marc Shapiro.
1. Sonhos e epifanias geram ótimos enredos
Se você não sabe, “Crepúsculo” foi inspirado por um sonho que Stephenie teve em Junho de 2003.
O sonho da autora está transcrito no capítulo 13 do livro – é a cena no prado [quando Bella e o vampiro Edward conversam].
O sonho era sobre uma garota, e um vampiro que estava apaixonado por ela, mas sentia desejo pelo sangue dela. E ele também não queria que ninguém soubesse sua origem vampiresca.
A escritora contou em uma entrevista a Revista Público que estava tão envolvida naquele sonho que sentiu a compulsão de o preservar, e foi isso que fez com que começasse a escrever.
Quando acabou de registrar os acontecimentos desse sonho, quis saber o que ia acontecer àquelas duas intrigantes personagens, por isso continuou a escrever.
Agora vai me dizer que você nunca sonhou algo, ou teve aquele momento de epifania na vida que tu parou e pensou assim:
“Isso daria um livro e tanto?”
A maioria de nós acredito que sim né? Pois é. São esses momentos que podem te dar ideias, insights maravilhosos. Então, não esquece de anotar isso.
Tá com preguiça? Grave um áudio, vale também. Você não esquecendo disso é o que vale haha!
2. Críticas construtivas são para te fazer crescer
Na escrita de “Crepúsculo”, Meyer recebeu diversas sugestões de seu editor e de seu agente sobre centenas de modificações no manuscrito original.
Ela disse que era uma escritora inexperiente e tinha muito que aprender. E que sentiu que a escrita melhorou muito após as críticas construtivas que recebeu deles.
Tem muita gente no mundo dos escritores que só querem criticar sem fundamento ou baseado em achismos. Mas quando você receber uma crítica construtiva, use-a para alavancar a sua escrita.
Veja o que pode mudar, como melhorar e coloque em prática. Depois, analise sua evolução com o tempo.
É importante saber reconhecer quando podemos nos tornar melhores.
Não fique só chorando o leite derramado porque criticaram seu trabalho. Desde que a crítica seja construtiva, utilize-a para crescer.
3. Saber literatura importa sim
No best-seller em questão, Stephenie se apoiou em um movimento literário bastante estudado pelos discentes de Letras e outras graduações.
O best-seller possui muitas semelhanças com os folhetins escritos durante o Romantismo.
Os folhetins narravam histórias de amores proibidos e todos os riscos desses relacionamentos amorosos, seu objetivo era educar as mulheres quanto aos riscos de se apaixonarem por homens de caráter duvidoso e/ou que a família desaprovava por desavenças familiares.
Mas você deve estar se perguntando o que foi o Romantismo, como aconteceu e tudo mais, então vamos abrir um parêntese aqui rapidinho.
O que foi o Romantismo?
O Romantismo surgiu na França e na Inglaterra no século XVII. Mas, o termo mesmo só foi utilizado a partir do século XIX e deriva da palavra francesa roman, que vem da palavra latina Romanice e do termo Romance.
Antes disso, falava-se apenas em “romances” para se referir a esse estilo de narrativa.
Quando surgiu, a palavra Romance era utilizada para denominar qualquer composição escrita em uma das línguas vulgares. Conforme foram ocorrendo mudanças na língua falada, essas também chegaram à língua escrita.
A obra de William Shakespeare serve de partida para o movimento Romântico que surgiu na Alemanha, em 1770, com o Sturm und Drang (tempestade e ímpeto).
Herder, Goethe e Klopstock foram considerados os grandes nomes desse movimento, mas é o francês Rousseau que é considerado o “pai do Romantismo”.
Oficialmente, o início do Romantismo é considerado entre 1797 e 1810, com Walter Scott e Chateaubriand.
Nas literaturas que surgiram na Europa, na Idade Média, havia dois tipos de romance: o sentimental, cujo final era trágico, e o de cavalaria, em que ocorria uma solução ditosa para os amores narrados.
Aqui no Brasil, o Romantismo iniciou, oficialmente, em 1836, com o crescimento da imprensa e o aumento da produção literária que ocorreu após a proclamação da Independência em 1822.
O período literário possuía características particulares e especiais, traços próprios misturados a elementos gerais que o ligavam ao movimento europeu.
Esse período literário foi responsável pela independência literária do país, pois lhe permitiu a conquista da liberdade de pensamentos e de expressão.
O Brasil foi o único país em que frutificou a linha de rebeldia individualista e de mal do século.
O Romantismo abriu portas para o surgimento de um grande número de escritores e leitores, uma vez que nesse período o público leitor deixa de ser apenas formado por estudantes e magistrados.
Viu como o Romantismo foi uma abertura para os escritores como você?
Agora vamos voltar ao que estávamos falando lá em cima sobre a literatura ser de extrema importância.
Saber literatura importa sim – Continuação
Embora não sejam obras clássicas e haja incoerências no enredo, a Saga Crepúsculo possui determinadas semelhanças com algumas obras do Romantismo brasileiro como Noite na Taverna, de Álvares de Azevedo, e do Romantismo Inglês com obras de William Shakespeare.
Essas obras possuem em comum a idealização do ser amado, a autoironia masoquista, o sofrimento amoroso, o exagero, a atração pela morte, o ambiente lúgubre e a presença marcante da noite.
Contudo, a autora trouxe uma roupagem nova para o personagem do vampiro.
Em Drácula, de Bram Stocker, o personagem do vampiro era considerado criatura demoníaca, sem alma por ser morto-vivo e alimentar-se de sangue.
O mito do vampiro sobreviveu por séculos, sempre relacionado ao diabo ou à personificação desse.
Já, em Crepúsculo, Meyer tentou criar um vampiro que se distanciasse da célebre personagem de Stocker.
Ocorrendo então um processo de (des)construção de uma figura horrorosa, para uma figura bela e apaixonante, apesar de suas características assustadoras para a sociedade.
Pode-se perceber que a autora não buscou somente pauta nas suas convicções sobre escrita, mas também buscou estudar e aprofundar conhecimentos sobre a Literatura e Gramática.
Não estou dizendo que você tem de fazer faculdade de Letras caso queira tornar-se um escritor. Não, não.
Estou apenas dizendo a você que estudar Literatura e Gramática é tão importante quanto ter um enredo e uma bela história.
Isso pode fazer total diferença na sua escrita e na sua carreira.
Stephenie acabou construindo uma nova personagem a partir de uma criatura de um movimento literário importante. O que você pode fazer também, quer renovador, quer reconstrutor.
Há uma infinidade de coisas que você pode fazer, pois a Literatura ainda não acabou.
Conclusão
“Às vezes eu me perguntava se via as mesmas coisas que o resto do mundo.Talvez houvesse um problema no meu cérebro.”
Essa frase de Stephenie Meyer relata bem a mente dos escritores. Eles escrevem e leem o mundo de uma forma diferente das outras pessoas. Se você é um, então vai saber do que eu estou falando.
Então continue firme na saga da construção de suas histórias.
Aproveite que você aprendeu essas 3 lições preciosas com a diva Meyer e impulsione sua carreira.
Gostou?
Eu volto depois com mais escritores incríveis e inspiradores para você!
Beijinhos da Maduh!