“- Quanto tempo você consegue esperar? (…) – Aguento esperar até que o meu coração comece a sangrar de aflição. Ela sorriu, insegura. Então roçou o dedo em meus lábios. E perguntou: – E quanto tempo demora? Desesperado, eu sacudi a cabeça e resolvi dizer a verdade. – Cinco minutos, talvez.” (páginas: 53 e 54)
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Uma linda história de amor. A relação de um pai com seu filho. As dúvidas e angustias de viver. A morte. A perda.
Um livro totalmente envolvente, um verdadeiro conto de fadas do mundo real. Jostein Gaarder soube muito bem dividir os dois momentos: quando o pai escreve a carta e quando o filho escreve o livro acrescentando seus pensamentos.
Georg Roed é um garoto de 15 anos que perdeu seu pai quando tinha apenas 3 anos e meio. Suas lembranças eram vagas e pouca coisa ele sabia do seu herói. Porém, um dia ele “recebeu” uma carta que seu pai escrevera há 11 anos. Imagine só você receber uma carta do seu pai já morto? E não é uma carta qualquer, são muitas folhas que relatam a magnifica história da garota das laranjas. No final da carta Jan Olav faz uma pergunta ao seu filho e ele só responde no final do livro.
Ri muito e suspirei várias vezes. Confesso que quando Georg falava sobre o telescópio Hubble eu ficava um pouco irritada, afinal eu queria saber mais sobre a garota das laranjas. Mas também confesso que adorei desvendar tudo junto com o pequeno Georg e muitas das suas reflexões me fizeram pensar.
É um livro que recomendo para todas as idades, não é longo e tem um dinâmica muito gostosa de leitura.
“Ao entregar o pronome “nós”, a gente estabelece uma conexão entre duas pessoas com uma ação comum e quase faz com que elas se transformem em uma só” (página:92)
Karol Barbosa